São Luís já está com 95% dos leitos das Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública ocupados, segundo o governo do Maranhão. O Estado já registrou 125 mortes e quase 3 mil casos de covid-19. A situação no interior também é crítica. Calcula-se que há apenas 81 leitos disponíveis nos demais municípios do estado.

A situação é dramática para aqueles que tentam encontrar uma vaga de hospital para os familiares infectados. Foi este o caso de José Ribamar Rodrigues, de 78 anos, que deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), teve confirmado o diagnóstico de covid-19 e faleceu após três dias de espera por um leito.

O filho de José lembra com revolta a busca por uma vaga em hospitais público para o pai. “Meu pai chegou bem no hospital, foi uma luta de três dias para conseguir um leito com UTI, mas, infelizmente, ele veio a óbito. Estou indignado com o governo, na propaganda diz que tem leitos suficientes e estão ampliando a demanda para atender a todos, mas a realidade é outra”, afirmou Mário Henrique Rodrigues, de 46 anos.

Já Ronaldo Passos dos Santos, que estava em busca de atendimento desde o dia 8 de abril, morreu no dia 23, antes de receber a notícia de que seria transferido para uma UTI.

Muito consternada, a filha de Ronaldo, Raquel Batista de Sousa, atestou que o pai veio a óbito por falta de atendimento. “Meu pai faleceu por falta de atendimento correto. Várias vezes foi na UPA com sintomas graves, mas recebeu ordens de retornar para casa. Quando estava muito ruim, ele voltou pra unidade de pronto atendimento, ficando apenas na ala de observação do hospital. Lutamos pra transferir ele para a UTI, mas, infelizmente, não conseguimos e ele veio a óbito”, disse com a voz embargada.

Faltam leitos

Na capital maranhense, dos 112 leitos de UTI disponíveis para tratamento de doentes por covid-19, 106 já estão ocupados, o que corresponde a uma taxa de ocupação de 95%. Já as enfermarias são 267 na capital, sendo que 161 estão lotadas com pacientes.

O colapso da saúde pública no estado ficou evidente na manhã deste domingo, 26. Na porta do Fórum Sarney Costa, cerca de 30 pessoas esperavam o atendimento para tirar um atestado de óbito. Os registros são decorrentes da covid-19, porém, o que chama a atenção é o volume de famílias que precisam utilizar o serviço.

Estadão

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