Lula e Trump se reúnem na Malásia em meio ao tarifaço
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu neste domingo (26/10) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia.
Foi o primeiro encontro formal entre os dois desde que Washington impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida que provocou a maior crise diplomática recente entre os países.
Em postagem no Twitter, Lula disse que a reunião foi “ótima” e acrescentou que as negociações continuam “imediatamente” para buscar soluções para o tarifaço e também para sanções contra autoridades brasileiras impostas por Trump citando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil.
Nas primeiras declarações após o encontro, o chanceler brasileiro Mauro Vieira detalhou que as conversas continuam ainda neste domingo entre as duas equipes para uma possível suspensão da tarifa de 50%.
“Os dois presidentes tiveram uma conversa muito descontraída, alegre até. O presidente Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil e tendo se recuperado, provado a sua inocência e voltado a se apresentar e vitoriosamente conquistado o seu terceiro mandato”, disse Vieira.
Numa rápida conversa com jornalistas antes do início da reunião, Trump disse ser “uma honra estar com o presidente do Brasil”.
“Acredito que seremos capazes de fazer ótimos acordos para os dois países”, disse ele.
Já Lula, também essa conversa prévia, havia prometido “boas notícias” após a reunião. “O Brasil tem todo o interesse de ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos, não há nenhuma razão para qualquer desavença entre os dois países”, disse ele.
“Na hora em que dois presidentes se sentam e cada um coloca o seu ponto de vista, os seus problemas, a tendência é encaminhar um acordo”, complementou Lula.
O presidente do Brasil ainda disse que tinha uma longa pauta de assuntos que gostaria de discutir com Trump.
O presidente dos EUA afirmou que ele e Lula “chegarão a uma conclusão rapidamente”.
Ao ser questionado sobre se a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria assunto da reunião, Trump não confirmou nem descartou essa possibilidade.
“Eu sempre gostei do Bolsonaro. Me senti mal com o que aconteceu com ele. Ele está passando por muita coisa”, comentou ele.
Depois do encontro, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Rosa, disse que a questão de Bolsonaro não foi discutida diretamente, mas que Lula abordou as sanções contra autoridades brasileiras.