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Lula diz que Bolsonaro estava ‘quase se borrando’ em depoimento no STF

O presidente Lula (PT) disse, nesta quinta-feira (12), que Jair Bolsonaro (PL) estava “quase se borrando” em depoimento no Supremo Tribunal Federal sobre a trama golpista de 2022.


“O ex-presidente mentia 11 vezes por dia e vocês viram a desfaçatez dele em depoimento. Esse país não merece isso, é um país de gente séria”, disse Lula em Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte.

“Ele é um covardão. (…) Ele estava com os lábios secos, estava quase se borrando. É muito fácil ser corajoso dentro de casa, falando mal dos outros”, afirmou o petista durante evento para entrega de máquinas agrícolas para prefeituras de Minas Gerais.

Além de críticas a Bolsonaro, Lula atacou Nikolas Ferreira, ora o mencionando diretamente, mas muitas vezes citando deputados que “ficam no celular falando besteira”.

— Não é possível que pessoas não percebam diferença entre governo que trabalha e governo que fica no celular. O celular do jeito que é usado é banalizar a atividade política — disse Lula.

O presidente também afirmou que o clima na Câmara dos Deputados é “muito ruim”. A fala aconteceu um dia após o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) terem protagonizado uma discussão durante uma audiência pública.

Em outro momento do seu discurso, Lula relembrou a disputa de Haddad contra João Dória pela prefeitura de São Paulo, em 2016. Na visão do presidente, aquele erro não pode ser repetido em Minas. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos – MG), opositores do governo federal, são dois nomes cotados a candidatos ao governo de Minas no ano que vem e, portanto, poderiam enfrentar Rodrigo Pacheco.

— Depois desse governador que não vou falar o nome (referência a Romeu Zema), esse estado não merece Nikolas (Ferreira) e Cleitinho (Azevedo), senador — disse Lula, que encerrou seu discurso com mais um afago a Pacheco. — Saio daqui com a certeza que já temos o governador para Minas

O depoimento de Bolsonaro ocorreu na terça-feira (10) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. O ex-presidente admitiu, na ocasião, que discutiu “possibilidades” com comandantes das Forças Armadas para reagir à derrota eleitoral contra Lula.

Foi a primeira vez que Bolsonaro esteve diante do ministro Alexandre de Moraes para ser interrogado na condição de réu. Foram duas horas e sete minutos de depoimento, em que o ex-presidente respondeu a perguntas formuladas por Moraes, pelo ministro Luiz Fux, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e por advogados.

Diante do ministro, a quem atacou diversas vezes com ofensas durante seu mandato, Bolsonaro pediu desculpa por insinuar que ele estaria recebendo dinheiro para dar decisões contra seu grupo político e fez piadas. Chegou a brincar que gostaria de convidá-lo para ser seu vice em 2026. “Declino”, respondeu Moraes.

MG ‘não merece um Nikolas’
Na mesma agenda em Contagem, Lula reforçou a pré-candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao governo do estado.

“Depois desse governador que não vou citar o nome [referindo-se a Romeu Zema], esse estado não merece um Nikolas ou Cleitinho. Não é possível”, disse o petista, mencionando o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Cleitinho (Republicanos-MG).

Pacheco fez discurso longo, de 29 minutos, e com teor político, considerado atípico para o seu perfil, o que animou aliados. Até o momento, a candidatura de Pacheco era vista como incerta entre apoiadores diante da falta de empolgação do próprio senador com a possibilidade.

Lula chegou a comentar essa indefinição ao dizer que “chega uma hora que a gente não faz mais o que quer, a gente é empurrado pela causa”.


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