Carlos Lula denuncia recorde de desmatamento e cobra do governo do Maranhão a implementação da lei climática estadual
Deputado alerta que o Maranhão chega à COP30 como o estado que mais desmata no Brasil e o último no ranking nacional de sustentabilidade
Durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (12), o deputado estadual Carlos Lula (PSB) fez um duro alerta sobre a situação ambiental do Maranhão, que chega à COP30, em Belém (PA), com o pior índice de sustentabilidade ambiental do país, segundo o ranking do Centro de Liderança Pública (CLP). O parlamentar cobrou do Governo do Estado a implementação imediata da Lei nº 12.301/2024, de sua autoria, que institui a Política Estadual de Enfrentamento das Mudanças Climáticas.
“O Maranhão chega à COP30 com um alerta que não pode ser ignorado. Somos, hoje, o estado que mais desmata no Brasil. E, ao mesmo tempo, o último colocado no ranking de sustentabilidade ambiental do CLP”, destacou Carlos Lula.
A lei, considerada uma das mais avançadas do país, prevê metas de neutralização de carbono até 2050, incentivos à energia limpa, pagamento por serviços ambientais, e a criação do Fórum Maranhense de Mudanças do Clima. No entanto, mais de um ano após sua sanção, nenhum desses instrumentos foi colocado em prática.
“Nenhuma lei, por melhor que seja, se sustenta sem execução e sem vontade política. Desde a sua sanção, a Lei nº 12.301 não foi implementada. O Fórum Maranhense de Mudanças do Clima não foi criado. Nenhum plano setorial foi elaborado. Nenhum instrumento foi regulamentado”, afirmou o deputado.
Carlos Lula criticou a ausência de protagonismo do Maranhão em um momento em que líderes globais debatem a crise climática na COP30. Para ele, o governo desperdiça uma oportunidade histórica de reposicionar o estado no cenário ambiental e econômico.
“A COP30 é o momento de o Maranhão se colocar no mapa da sustentabilidade. Temos base legal, potencial natural e capital humano. Falta transformar norma em política pública efetiva, relatório em investimento, ranking em reação”, disse Lula.
O parlamentar também ressaltou que o desmatamento em expansão não é apenas uma ameaça ambiental, mas também um problema econômico e social, que afeta comunidades tradicionais, agrava as mudanças climáticas e compromete a imagem do estado.
“O tempo da omissão acabou. Não podemos mais aceitar que o Maranhão continue desmatando o futuro. Está nas nossas mãos fazer do Maranhão uma referência, não pela destruição, mas pela coragem de reconstruir”, finalizou o deputado Carlos Lula.
Maranhão lidera desmatamento em 2025
De acordo com dados recentes do MapBiomas e do CLP, o Maranhão lidera o ranking nacional de desmatamento e ocupa a 27ª posição (último lugar) em sustentabilidade ambiental, seguido por Piauí (26º) e Tocantins (25º).
O levantamento aponta que o estado perdeu milhares de hectares de cobertura vegetal apenas no primeiro semestre de 2025, agravando a crise hídrica e aumentando as emissões de gases de efeito estufa.