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Braide joga para torcida e culpa Deus e o mundo pelo seu pedido de cassação

O prefeito Eduardo Braide lançou um novo vídeo nas redes sociais tentando convencer a população de que está sendo vítima de um complô arquitetado pela Câmara Municipal com apoio do governo estadual. Ele afirma que querem tirá-lo do cargo por não aceitar o aumento do próprio salário, numa tentativa de transformar um processo administrativo sério em disputa eleitoral antecipada. Mas a narrativa construída pelo prefeito desaba quando confrontada com a origem real e muito séria do caso.

O pedido de cassação não nasceu na Câmara nem no Palácio dos Leões. A representação inicial foi feita por um procurador aposentado da própria Prefeitura de São Luís, que apontou possíveis irregularidades e práticas incompatíveis com a administração pública. A Câmara fez apenas o que determina a lei: recebeu o pedido e deu andamento ao processo formal. Mesmo assim, Braide tenta atribuir a situação a um complô político, ignorando que a denúncia veio de alguém que conhece, por dentro, a estrutura do município.

O prefeito vende-se para a população como um homem desapegado ao dinheiro. A verdade é que Braide poderia, simplesmente, abrir mão do seu próprio reajuste proposto sem prejudicar outras categorias. A atitude do prefeito, que ele tenta vender como um ato de virtude, manteve congelados os salários de diversos funcionários públicos municipais. A reivindicação dos profissionais é legítima e é isto que está em pauta no pedido de cassação encaminhado à Câmara.

O vice-governador Felipe Camarão decidiu entrar no debate, tentando se colocar como outra vítima de perseguição. Ao tentar surfar a onda e transformar o caso em um ataque generalizado contra si, Camarão elevou ainda mais o tom da disputa, afirmando que “querem ganhar a eleição por W.O” e desviando o foco do conteúdo real das denúncias.

Também em busca de holofotes e reforço das narrativas, os deputados Carlos Lula e Márcio Jerry optaram por se manifestar de forma ruidosa e irresponsável, ajudando a acirrar o embate público. Aqueles que poderiam contribuir para esclarecer os fatos e falar a verdade para a população, decidiram contribuir ainda mais com a crise institucional.

No fim, o processo que ameaça o mandato de Eduardo Braide não foi inventado por adversários políticos. Ao tentar jogar para Brandão a culpa por uma crise que é administrativa e interna, tanto o prefeito quanto o vice-governador e os deputados buscam criar inimigos convenientes. Mas nenhuma narrativa de perseguição altera a origem real e muito grave das denúncias que hoje o cercam.