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Programa de Braide sobre transporte público usa atores e expõe multiverso digital

Quem tem acompanhado a campanha do prefeito Eduardo Braide (PSD) se deparou com um vídeo protagonizado por atrizes, abordando o transporte público de São Luís. “Mana, já pensou se São Luís tivesse ônibus novos com ar-condicionado circulando nas ruas?”, questiona uma das participantes.

“Mas não já tem? E foi Braide que fez!”, retruca a outra participante da peça publicitária, em uma resposta que seria bem diferente se fosse dada por qualquer cidadão que precisa utilizar o sistema de ônibus.

Braide tenta atribuir a si a introdução de novos ônibus climatizados nas ruas, sendo que essa medida é uma exigência da licitação realizada pelo então prefeito Edivaldo Holanda Jr. em 2016.

Mas nem o mínimo acontece. Quem realmente utiliza os ônibus sabe que boa parte dos veículos circula com os aparelhos de ar-condicionado desligados, em uma artimanha dos empresários que a prefeitura nunca conseguiu contornar. Apesar de possuírem o aparelho, as janelas não são seladas, contando apenas com travas que são convenientemente liberadas para o desligamento da climatização.

Essa prática começou na pandemia e, mesmo após o fim da emergência de saúde, não foi interrompida. Se não bastasse o calor, os usuários também convivem com ônibus em péssimo estado de conservação e superlotação. A falta de vias exclusivas ou outros modais também gera muita demora.

O vídeo, amplamente divulgado pela campanha, expõe, de maneira inconsciente, a atenção que a atual administração dedica apenas aos bairros mais abastados da cidade. Intervenções do programa “Trânsito Livre”, por exemplo, são realizadas para quem precisa circular com seus carros de luxo no Calhau, São Francisco e Cohafuma.

Enquanto isso, o restante da população amarga um serviço de péssima qualidade. Nos últimos três anos, os empresários receberam mais de R$ 68 milhões em subsídios.

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