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ESCÂNDALO! Empresas de fora do Maranhão usam “Plantões Fake” para obter documentos para fraudar licitações

Empresas sediadas em outros estados estão se instalando no Maranhão e oferecendo supostas oportunidades de plantões médicos com condições atrativas, mas que não passam de iscas para obter dados sensíveis dos profissionais de saúde. Segundo denúncias recebidas por profissionais da área, essas empresas tem solicitado documentos como o número do CRM (registro profissional no Conselho Regional de Medicina) e o RQE (Registro de Qualificação de Especialidade) sob a justificativa de inclusão em escalas ou formalização de vínculos. No entanto, após a coleta dessas informações, não há qualquer efetivação dos contratos, nem início dos plantões prometidos.
O que ocorre em seguida é ainda mais grave: os documentos dos médicos são usados indevidamente por essas empresas para participar de licitações públicas de serviços de saúde em diferentes estados do Brasil, sem que os profissionais sequer saibam que estão sendo representados.
“Quando vamos ver, já estamos em documentos de licitações, como se fôssemos parte da equipe técnica da empresa. Mas nunca fomos contratados, nunca assinamos nada e, pior, nunca autorizamos o uso dos nossos dados”, relata um médico vítima do golpe, que preferiu não se identificar.
A prática levanta sérios questionamentos éticos e jurídicos, configurando possível falsidade ideológica, uso indevido de dados pessoais e fraude em processos licitatórios. O Conselho Regional de Medicina e entidades médicas já foram acionados para investigar o caso e alertar a categoria.
Advogados especialistas em direito médico e público alertam que médicos devem redobrar a atenção ao fornecer documentos, mesmo diante de propostas aparentemente legítimas. “É fundamental conhecer os reais donos ou representantes  formais das empresas , verificar a idoneidade  e, em caso de suspeita, registrar boletim de ocorrência e comunicar o CRM local”, recomenda a advogada Camila Farias, especialista em Direito da Saúde.
Enquanto isso, cresce a preocupação com os impactos dessas ações não apenas na vida profissional dos médicos, mas também na integridade dos processos licitatórios do Sistema Único de Saúde (SUS).
A reportagem seguirá acompanhando o caso e atualizando sobre as medidas adotadas pelos órgãos de controle.

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